segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Se eu pudesse contar (Viajar)

Eu tentei viajar até o mais alto grau pra te encontrar
Mas nem o Santo Graal poderia me ajudar
A me colocar numa postura onde a lucidez fizesse companhia
Ao meu espírito alegre e confuso todo santo dia

O Direito não funciona direito
E a Faixa de Gaza é o erro
De pessoas que governam, ao avesso,
Israel, Palestina e o mundo inteiro

Eu tentei
Eu tentei viajar
Mas não encontrei lugar onde a Paz pudesse estar
Mas essa porra uma hora vai mudar

Censure quem quiser censurar

Se eu pudesse contar com um conta-gotas quantas gotas tem o verde do mar
Eu diria o quanto, um dia, já me fez viajar o verde do teu olhar.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Memento Mori, baby.

Normalmente, eu faço alguma coisa divertida nos feriados.
Pego uma praia, vou à boate ou tomo uma cervejinha com os amigos. Não raro faço as três coisas pra me livrar do estresse decorrente da vida de Estagiário de Direito.
Existe um feriado, porém, que é diferente.
Existe um dia no ano que, mais do que os outros, levam-me à reflexão que nenhum ser desprovido de imortalidade é capaz de escapar.

O que acontece depois que nos despimos do manto mortal que nos veste?

É incrível como a Vida é tão maravilhosa, e no entanto, possui um final totalmente sem graça. A morte é assim. Sem o menor senso de humor, sem o menor respeito ou pudor.
Ontem, mais do que nos outros dias, bateu aquela saudade imensa, dessas que você acha que não pode suportar. Teu peito inflama, incha, dilata! Você pensa que ele vai explodir e a melhor coisa que se pode fazer, a ÚNICA coisa que dá pra fazer é chorar. Mas se você vê a pessoa que você mais ama na vida chorando pelo mesmo motivo não tem jeito. Você deve se segurar e consolá-la, afinal, ela já fez tanto por você. Não  chorei.

Foi isso que fiz no feriado de 02 de novembro de 2010.
Consolei a filha do meu avô.

O maior homem que já conheci deixou saudades nos seus 12 filhos e, puutz, sei lá quantos netos e bisnetos. E não deixou só saudades. Deixou todo um legado de honra, humildade e perseverança.

Ontem, enquanto fazia minha prece à Deus, eu cheguei a tentá-lo (fraco e idiota que sou) dizendo que se eu fosse Ele inventaria um fim melhor para a vida... roubei essas palavras de algum ateu que existiu... mas, como de costume, eu não tinha razão. Eu sei que um dia reencontrarei o meu avô, eu sinto isso! É tão certo quanto o calor do fogo que deu uma lambida no meu braço ontem por eu estar distraído em meus devaneios.

E quando encontrá-lo irei repetir o mesmo ritual de sempre e dizer:

- A bênção, Vô Zé Moura...

E vê-lo responder com o sorriso e o olhar sereno que eu tenho o orgulho de ter puxado:

- Deus o abençoe, meu filho.